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“Entre urnas e calculadoras”

1, 2, 3… Lá vou eu! Ou 3, 2, 1… Lá vou eu? A ordem dos fatores não altera o produto. Números são apenas números na Matemática, como também são em uma brincadeira de criança. Porém, tudo muda ao se trocar a calculadora por uma urna eletrônica, ou a brincadeira pela realidade de uma nação inteira.

Quase ninguém gosta de Política e quase ninguém gosta de Matemática. A professora pergunta qual a raiz quadrada de determinado número e o aluno sente enjoo na sala. Ao recusar dar a resposta ou dar uma incorreta, surge a indignação: “Matemática cruel e suas regras malditas!”.

Sim, quando se trata de Política, na maioria das vezes, somos alunos repentes. Reclamamos, mas não conhecemos, não queremos conhecer e temos raiva de quem conhece a respeito. Assistimos à propaganda eleitoral gratuita ou, como todo mau aluno, cabulamos esta aula. No dia da prova, cumprimos nosso dever, pois somos obrigados e, portanto, colamos. Pegamos o material do colega e copiamos na nossa prova. Resultado: nota zero.

Zero para educação, zero para saúde, zero vírgula trinta centavos a mais na tarifa do ônibus, zero a menos no salário e zero no saldo da conta bancária. Sentimos saudades do 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e do 9! Mas, não se preocupe, pois eles voltam: na taxa de juros, no índice de latrocínios, na senha do hospital público, menos na combinação da Mega Sena!

Arrependimento? Nenhum. É mais fácil continuar a culpar a Política. Esquecemos que ela tal qual a Matemática sempre fará parte do mundo. A calculadora ajuda assim como a urna, mas é preciso saber usá-las. É deixar a brincadeira de lado e voltar à realidade antes que o ano seja perdido e sejamos obrigados a aguardar pela próxima prova.

Repost do texto publicado no antigo site: www.litafreitas.com.br em 13.10.2014

Post Author: Carla Firmino

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